O que é fisioterapia em saúde pélvica?
O que é fisioterapia em saúde pélvica?
Esta é a área de especialização da fisioterapia no acompanhamento de pessoas com disfunções do pavimento pélvico.
O seu propósito é, juntamente com a pessoa, definir um plano/estratégia, que vise melhorar/restabelecer a função do pavimento pélvico em contextos como:
• Incontinência e urgência urinária e anal
• Prolapsos dos órgãos pélvicos
• Bexiga hiperativa
• Dor sexual (vaginismo, vulvodínia, coccidínia)
• Dor pélvica (consequência de endometriose, p.e.)
• Dor na ereção e ejaculação
• Disfunção eréctil (pós-cirurgia da próstata)
• Obstipação e alterações intestinais
• Gravidez e pós-parto (cicatrizes, diástase, avaliação do pavimento pélvico e retorno ao exercício)
• Educação menstrual, menopausa
• Educação Sexual
• Cancro ginecológico e urológico
Kegel vs Exercícios do pavimento pélvico
No fundo, Kegels são exercícios do pavimento pélvico.
Nos anos 40, o Dr Arnold Kegel debruçou-se sobre esta temática (incontinência urinária), o que levou a que se desenvolvesse cada vez mais investigação nesta área.
Algumas pessoas já se desprenderam deste termo por ter ficado mal conotado com o tempo, outras mantêm.
A má fama dos Kegel deu-se porque passou a ser “prescrito” de forma transversal, sem avaliação adequada, e percebeu-se que assim poderiam trazer mais prejuízo do que benefício a quem os executa.
O que se pretende com os Kegel é uma contração voluntária dos músculos do pavimento pélvico, seguida de um relaxamento, mas… isto não acontece quando se executam sem se saber como fazê-lo, nem com que objetivo.
Pode sobredosear-se a contração, ignorando o relaxamento, coordenação e uma série de coisas que sequer passam pelo trabalho muscular e que é necessário considerar para restabelecer/manter a função.
Pode necessitar exatamente do oposto à contração.
O nome que se dá é relevante na medida em que importa ser-se minimamente liderado/a em saúde, para escolher as melhores soluções para si.
A fisioterapia em saúde pélvica é uma área de diferenciação, informada pela evidência e tem como propósito melhorar a saúde e qualidade de vida das pessoas.
Trânsito intestinal normal, como definir?
O número de vezes que se defeca, por si só, não dita o estado de saúde do intestino.
É tão normal evacuar 3 vezes por dia, como uma vez a cada 3 dias.
Um bom funcionamento intestinal implica que não tenha dor ou desconforto entre idas ao WC para defecar, que evacua regularmente e as fezes saem sem dificuldade.
Além de outros fatores, a disfunção do pavimento pélvico pode interferir com a sua saúde intestinal.
Exercício na gravidez
As recomendações, de um modo geral:
•
150 a 300 minutos de atividade física moderada por semana
•
a dose e tipo de exercício (mantendo a segurança) carecem de avaliação individual, não está estabelecida nas guidelines
•
raramente é necessário prescrever a restrição de atividade
•
a inatividade é o quarto fator de mortalidade precoce
•
a inatividade tem impacto no ganho excessivo de peso da mulher durante a gravidez e aumento de risco de diabetes gestacional, que por sua vez são associados a agravamento dos desfechos perinatais
•
os desportos de impacto não são contra-indicação absoluta, necessitam de avaliação especializada e individualizada.
Guidelines: Colégios da Sociedades Americana, Canadiana, Australiana e Neozelandesa em Ginecologia e Obstetrícia
Pessários:
Com o tempo e acumulado de fatores de risco, os órgãos pélvicos – útero, bexiga e reto – podem descer da sua posição anatómica, por falha das estruturas de suporte.
A esta descida, que leva a protuberância nas paredes da vagina, chamamos prolapso dos órgãos pélvicos. O tratamento é muitas vezes cirúrgico, mas há outras opções e todas devem ser ponderadas e decidas pela pessoa, uma vez que são muito diferentes e nenhuma é isenta de riscos.
Os pessários são uma das opções conservadoras, para gestão dos sintomas.
Não se pretende com a sua colocação “curar” o prolapso, mas sim gerir os sintomas percepcionados pela pessoa. Principalmente quando este não têm indicação cirúrgica mas incomoda ao ponto de afetar a qualidade de vida.
Podem ser utilizados como uma solução a curto prazo (pós-parto), quando pretende retomar a corrida, quando pratica exercício de alta intensidade.
Também pode ser uma opção de longo prazo, quando a cirurgia não é uma opção (clínica ou pessoal).
A colocação de um pessário é feita pelo/a ginecologista ou fisioterapeuta pélvica/o e a reavaliação também, sendo que cabe à/ao médico/a, fazer a avaliação do tecido vaginal entre aplicações.
É fundamental o acompanhamento multidisciplinar para minimizar os riscos relacionados com a inserção do pessário.
Todos estes temas têm marcado o desenvolvimento profissional da nossa Fisioterapeuta Soraia Pires. Se ainda ficou com dúvidas marque já a sua consulta de fisioterapia pélvica na Clínica da Praça Velha.